terça-feira, 23 de março de 2010

A Assistência Estudantil que queremos


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As dificuldades de permanência dos estudantes em cursos de graduação tem aumentado. As constantes altas nas mensalidades, os altos valores de transporte, tanto municipal, quanto intermunicipal, os gastos com material didático e alimentação, aliados ao cada vez menor tempo disponível para dedicação a formação decorrente da necessidade de trabalho de grande parte dos discentes das instituições pagas, tem diminuído o número daqueles e daquelas que conseguem concluir seus estudos, além de aumentar significativamente o tempo necessário a esta conclusão.

Além disso desde a implementação do PROUNI as universidades privadas tem recebido um contingente de estudantes oriundos das camadas mais pobres da população brasileira, um conjunto de estudantes para os quais alimentação, transporte e moradia não são necessidades satisfeitas com a facilidade que a classe média que freqüenta a universidade em nosso país costuma satisfazê-las.

Nesse cenário torna-se urgente que as IES pagas, como a Unisinos, construam políticas de assistência estudantil, o que significa superar o atual entendimento, - hegemônico em nossa universidade - de assistência ao estudante como uma relação de favor, onde a reitoria desenvolve uma prática clientelista com os estudantes na busca de tutelar este segmento. Assistência estudantil não significa doação de cartazes, impressões ou equipamentos velhos. Também não é assistência estudantil o pagamento de saídas a campo que já fazem parte da estrutura curricular das disciplinas da graduação.

Políticas de assistência estudantil são aquelas que visam garantir a todas e todos que ingressam na universidade, independente da classe social, etnia ou gênero, condições para conclusão de seus estudos. Neste sentido uma política de assistência estudantil deve não somente atuar na esfera da democratização da permanência dos e das estudantes, como também potencializar a vida acadêmica, oferecendo assim a possibilidades mais abrangentes de construção e produção de conhecimento.

Devemos ainda afirmar que os projetos de assistência estudantil concebidos a partir de uma ótica republicana de educação partem da clara responsabilização do estado e, no caso das IES pagas também das próprias universidades repletas de verbas públicas em seu orçamento. È de responsabilidade destas instituições garantir uma estrutura capaz de equalizar as relações de classe, já que através do PROUNI aceitaram abrir suas salas para as trabalhadoras e os trabalhadores.

Para nós uma política de assistência estudantil deve se estruturar em pelo menos 4 eixos:

Uma rubrica específica da universidade destinada a este fim. O valor desta rubrica deve ser público, do conhecimento de todos e todas, diferente daquilo que acontece atualmente onde somente a administração da universidade tem acesso aquilo que é repassado aos estudantes e centros acadêmicos.
Regulamentação dos critérios de repasse. Isto significa que as verbas repassadas devem responder a um plano de investimento de conhecimento público, com uma relação de critérios permanente que evite favorecimentos, ou deixe as prioridades de investimento a mercê da opinião de alguma pró-reitoria da universidade.

Definição de eixos de investimento. Isto está intimamente ligado a concepção que temos de assistência estudantil. Significa dizer qual é a assistência que queremos; subsídios a alimentação, transporte, moradia, material didático, enfim o que é prioritário para garantir que os estudantes mais necessitados consigam concluir seus cursos.

Participação do corpo discente na definição dos investimentos. O estudante não deve ser entendido como um sujeito passivo no processo de construção desta política. Uma vez que somos nós os interessados diretos no funcionamento desta política devemos ser empoderados, isso é, devem ser criadas condições através de comissões paritárias, consulta direta, plenárias, plebiscitos, etc, para que o estudante possa definir quais os principais problemas que enfrentamos e o que a universidade deve fazer para superá-los.



Rafael Oliveira
História
Unisinos

4 comentários:

  1. Pelo que foi escrito, tu quer uma Universidade Pública. Está na Universidade errada, amigo.

    Estuda mais um pouco e vai pra UFRGS. Lá, tudo é de grátis.

    A Unisinos tem dono. Os Jesuitas. Eles são quem mandam no espaço.

    Acorda.

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  2. "...universidades repletas de verbas públicas em seu orçamento."

    Não leu?

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  3. Passei por aqui lendo, e, em visita ao seu blog.
    Eu também tenho um, só que muito simples.
    Estou lhe convidando a visitar-me, e, se possível seguirmos juntos por eles, e, com eles. Sempre gostei de escrever, expor as minhas idéias e compartilhar com as pessoas, independente da classe Social, do Credo Religioso, da Opção Sexual, ou, da Etnia.
    Para mim, o que vai interessar é o nosso intercâmbio de idéias, e, de pensamentos.
    Estou lá, no meu Espaço Simplório, esperando por você.
    E, eu, já estou Seguindo o seu blog.
    Força, Paz, Amizade e Alegria
    Para você, um abraço do Brasil.
    www.josemariacosta.com

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  4. Companheiros é com grande estima que convocamos a vossa Residência para participar do XXXVII Encontro de Casas de Estudantes, que será sediada no Rio de Janeiro, Ilha do Fundão.
    As inscrições estão disponíveis no site:

    http://ence2013.eventize.com.br/

    O pagamento efetuado da inscrição XXXVII ENCE 2013/ RJ é até o dia 25 desse mês, não podendo ultrapassar esta data tendo em vista que estamos entrando em acordo com o Restaurante Universitário (R.U).
    A conta para o depósito é:
    Ag. 0233-x
    Conta. 49640-5
    Banco do Brasil- Conta Corrente
    Beneficiário: EMANOEL C. GERMANO
    O valor para o ENCE-Rio 2013, foi fixado em R$65,00, para os participantes que efetuarem sua inscrição até o dia 25/07/13, nesse valor, já está incluso as refeições segundo consta no programa do evento. Para os participantes que efetuarem as inscrições após o dia 25/07/13, estes deverão efetuar, NO DIA o pagamento de R$30,00 referente a taxa de inscrição, “sem refeição”.
    O espaço disponibilizado para o encontro será no prédio da educação física do campus da Ufrj, Ilha do Fundão.
    Caso o pagamento seja realizado apenas no dia, PERDE-SE a garantia da alimentação.
    Por favor, atenção nessa questão. Então Realizem seus pagamento até dia 25 de Julho, pois é necessário já ter o TETO estabelecido de inscritos para garantirmos a alimentação.
    No mais, Boa tarde companheiros!
    Divulguem para todas as residências que conhecem.
    Att,
    Comissão Organizadora

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